A carreta que caiu no rio Paraná com 39 toneladas de fertilizante foi retirada da água na tarde desta terça-feira (13), após ficar mais de 80 horas submersa.
Ela foi parar no rio na última sexta-feira (9) no trecho que fica no Porto São José, em São Pedro do Paraná, no noroeste do estado.
O motorista que estava dirigindo o veículo sobreviveu ao acidente. Ele explicou que o veículo perdeu o freio e para que não batesse nas casas, jogou a carreta em direção ao rio.
A carreta ficou a cerca de oito metros de profundidade e foi removida com auxílio de dois caminhões guincho e cabos de aço. Uma árvore e uma retroescavadeira ainda foram usadas para ancorar os guinchos e dar sustentação para que o veículo fosse removido.
A retirada dela só foi possível após a remoção das 39 toneladas de fertilizante que estavam sendo transportadas por ela. O material estava em bags e foi tirado com o auxílio de mergulhadores que realizaram uma força-tarefa que começou na segunda-feira (12) e terminou na tarde desta terça.
Antes disso, foram realizadas oito tentativas de remover o veículo do rio, mas nenhuma deu certo e por isso foi necessária a mudança de estratégia. A equipe que realizou a remoção da carga e da carreta foi contratada pela empresa responsável pelo fertilizante.
Conforme apurado pela RPC, o fertilizante foi levado para uma propriedade da região, para depois ser encaminhado à destinação correta. A carreta será levada para o pátio da seguradora que fica em Cascavel, no oeste do Paraná.
O tanque de diesel também precisou removido antes do veículo, pois conforme a Marinha do Brasil, havia preocupação com uma possível contaminação do rio com o combustível. Após o compartimento ser retirado, as autoridades constaram que não houve vazamento.
IAT e Marinha avaliam risco ambiental
O Instituto Água e Terra (IAT) acompanhou a situação e está monitorando as possibilidades de risco ambiental. De acordo com o fiscal de meio ambiente do órgão, Delcides Gonçalves, caso tenha ocorrido vazamento de fertilizante e isso gere danos ao rio, a situação pode configurar um crime ambiental.
Com a retirada da carreta, o instituto informou que serão coletadas amostras da água do rio, que serão encaminhadas para análise laboratorial para verificar se houve contaminação. O prazo para que o laudo fique pronto é de até 25 dias úteis.
De acordo com o IAT, caso comprovado danos ao meio ambiente, os responsáveis pela carga serão autuados. O órgão disse que, até o momento, não houve registro de prejuízo ambiental.
A Marinha do Brasil também está acompanhando a situação e disse que instaurou um inquérito para avaliar as causas do acidente.
Em nota, o advogado Rodolfo Mendes Soccio, em nome da empresa Inovati Transporte e Logística, disse que ela está tomando todas as medidas cabíveis, em especial para que não haja maiores danos ambientais. Rodolfo também informou que a empresa tem seguro da carga e o processo já foi aberto.