A Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) realizou, nesta segunda-feira (13), o Professor Diamante, evento voltado ao reconhecimento e valorização do trabalho docente na rede estadual de ensino. Foram homenageados 1.342 professores e 383 diretores da rede estadual que atuam na Grande Curitiba, a partir da percepção de alunos na pesquisa “Fala, Estudante!”, conduzida pela Seed-PR. Além de certificados, todos os homenageados receberam chromebooks como forma de valorização e reconhecimento. As entregas no Interior vão acontecer nos próximos dias.
A cerimônia foi realizada no Teatro Positivo, em Curitiba, e reuniu mais de 1.700 participantes, entre professores, diretores, equipes pedagógicas e profissionais da educação. É o começo das comemorações do Dia do Professor, na próxima quarta-feira (15). Ao todo, cerca de 5 mil professores vão receber a premiação.
“Hoje foi um dia de celebração e de reconhecimento. O Professor Diamante representa o brilho do nosso maior patrimônio: o educador. Cada professor e professora homenageado é peça fundamental na construção da melhor educação do Brasil”, afirma o secretário da Educação, Roni Miranda
As percepções dos alunos, coletadas ao longo do primeiro semestre por meio de formulários online, foram feitas a partir do trabalho do professor no esclarecimento de dúvidas, realização de atividades práticas, preparação de aula, engajamento nas tarefas, entre outros. A pesquisa foi aplicada nas escolas regulares, nas de ensino profissionalizante, nas de educação para jovens adultos (EJA), colégios cívico-militares (CCM), escolas de educação em tempo integral, escolas do campo, indígenas, quilombolas e também nas ilhas.
“Esta premiação nada mais é que o reflexo do que nossos jovens vivenciam diariamente nas salas de aula. Por meio deste canal de escuta, temos ideia do quanto a presença e o compromisso de cada docente fazem diferença na vida escolar”, afirmou o secretário.
Adair, uma história
Entre os professores homenageados no evento esteve Adair José Bernardino, de 52 anos. Há 28 anos atuando como professor de História, Adair leciona no Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba e é reconhecido pela comunidade escolar como exemplo de empatia, diálogo e inovação pedagógica.
No dia a dia, Adair é conhecido por transformar o ensino de História numa experiência participativa e criativa. Por meio de músicas, filmes, documentários e produções autorais, a familiarização dos estudantes com os conteúdos torna-se natural. Outras práticas incluem produção de textos em grupo e exposições temáticas.
“Para desenvolver as atividades em sala, o suporte das ações de formação continuada promovidas pela rede estadual tem papel muito importante. Exemplo são as capacitações do programa Formadores em Ação, que incentivam o compartilhamento de práticas pedagógicas e o uso de metodologias ativas. Essas formações ampliam o repertório dos professores e fortalecem o vínculo entre teoria e prática”, disse.
Segundo o professor, mais do que estratégias didáticas, o que “ganha o coração” dos alunos é a construção das relações humanas dentro da escola. O professor acredita que o diálogo e o respeito mútuo são as bases para um ambiente de aprendizado saudável e produtivo. “Trabalhar o que é combinado, reforçar o respeito e manter sempre o diálogo aberto com os alunos são atitudes que fortalecem o vínculo e tornam o processo de ensino mais significativo”, afirmou.
Protagonismo do aluno
Maria Barão leciona Sociologia e História no Colégio Estadual do Campo Ana Schelbauer Braz de Oliveira, em Rio Negro. Emocionada com a homenagem, ela conta que o carinho dos estudantes é resultado de um trabalho pautado no amor e na criatividade.
“A gente vai pra sala de aula pensando o que pode fazer de diferente, para que o momento seja agradável e não apenas uma obrigação escolar”, disse. A professora destacou que, mesmo após anos de experiência, mantém viva a vontade de inovar e de transformar o aprendizado em algo prazeroso. Para ela, o segredo está em atribuir protagonismo aos alunos. Em suas aulas, eles são incentivados a pesquisar, apresentar trabalhos e participar ativamente das discussões, sempre com bom humor e respeito mútuo.
“Busco me manter atualizada, trazendo para o contexto de sala de aula ferramentas tecnológicas como Canva e Gemini, usando-os para trabalhos em equipe, jogos educativos e atividades de sala invertida, que despertam o interesse pela História e pela Sociologia de forma prática e envolvente”, disse. “Sempre tento valorizar o que os alunos sabem e também criar um diálogo sincero. É isso que faz a diferença”. O resultado desse esforço é o reconhecimento espontâneo dos alunos. Gesto que, para ela, é a maior recompensa de ser professora.
