As primeiras famílias indígenas Avá-Guarani começaram a ser assentadas em uma área de 220 hectares no município de Terra Roxa, no oeste do Paraná. As terras foram adquiridas com recursos da Itaipu Binacional como parte de um acordo histórico homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para reparar danos causados pela construção da usina hidrelétrica.
Ao todo, 60 famílias de três comunidades vão viver na propriedade comprada. Duas das comunidades já viviam na área, conhecida como Fazenda Brilhante. A terceira está instalada hoje a cerca de dois quilômetros da fazenda e está em processo de transferência para o novo local. Segundo a Itaipu, a regularização busca pacificar a situação de conflitos fundiários na região.
A compra das terras integra um plano mais amplo de reparação histórica. Até o fim de agosto, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deve avaliar outras 22 áreas indicadas pelas comunidades indígenas. A expectativa é adquirir até 3 mil hectares, com investimento total de R$ 240 milhões da Itaipu.
“É muito importante para minha família e minha comunidade. Agora temos terra para moradia e para plantar comida. Acredito que vamos conseguir viver com mais tranquilidade depois de tanta luta. É uma grande vitória”, afirmou Anildo Vinhale, cacique da comunidade Tekoha Ara-Poty, uma das contempladas.
O diretor jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Delazari, destacou que o acordo contribui não apenas para resolver um impasse judicial, mas também para acelerar a reparação aos povos originários.
“Esse é apenas o primeiro passo em busca da reparação histórica junto às comunidades Avá-Guarani do Oeste do Paraná”, reforçou Paulo Porto, gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da usina. “Nossa expectativa é concluir a aquisição de terras e, na sequência, iniciar as benfeitorias junto aos demais entes do Governo Federal. Estamos felizes por cumprir esta entrega histórica.”